Fico imaginando esse pobre senhor, que trabalha como porteiro, aproveitando o domingo de folga com a família. Está esperando ansiosamente seu franguinho, enquanto os filhos e filhas assistem a TV Record. A esposa embarangada está na cozinha lavando a louça, ao mesmo tempo que prepara um arroz de baixa qualidade, e esquenta um feijão.
A tarde, os filhos vão jogar futebol em um campinho de terra próximo de casa, e as meninas vão dar para os descoladinhos/pequenos criminosos da rua de trás.
Esse pobre senhor está segurando a barriga pois sente fome e ao mesmo tempo dor, devido a algum problema que ele não sabe muito bem o que é, e não vai ao médico também por falta de tempo. Acha que é besteira, deve ser só alguma coisa no "figo", que já passa. Às 16h tem jogo do mengão na globo, ele não pode perder por nada. Vai dormir cedo. Acorda 4:30 no dia seguinte, a baranga faz seu café, e ele segue novamente para seu trabalho, em um prédio de classe média, próximo ao centro. Toma 3 conduções para chegar até lá. Particularmente gosta da segunda-feira, pois é o dia em que os moradores mais falam com ele: "E aí seu José, quanto deu o jogo ontem?".
Ele é feliz! A ignorância é uma benção! A felicidade está nos proles!