A imprensa internacional produziu um
gráfico com a listagem dos protocolos e barreiras de segurança quebrados pela NSA:
- VPN: a redes virtuais privadas são muito usadas por empresas para proteger o tráfego de informações sobre negócios.
- Chat com criptografia: utilizado pelo Adium (que funciona com diversos serviços de bate-papo) e com o Aim mantido pela Aol.
- SSH: usado em máquinas rodando OS X ou Linux (em resumo, sistemas
baseados em Unix; inclua na lista a maior parte dos servidores no mundo)
para ganhar acesso remoto ao computador.
- HTTPS: padrão global de transferência de dados com segurança. Ele é
adotado pelos principais serviços que lidam com informações
particulares, como Gmail, Facebook, Yahoo e até mesmo a página inicial
do Google (quando o usuário está logado). O HTTPS depende de uma
certificação especial para funcionar.
- TLS/SSL: o HTTPS é baseado neste protocolo.
- VoIP: o New York Times e jornais parceiros não entram em
detalhes sobre como é feita a criptografia reversa, mas afirma que as
conversas no Skype (Microsoft) e no FaceTime (Apple) são facilmente
interceptadas.
Como você pode perceber, nada se salva. Os internautas estão na mão
das agências de inteligência e empresas terceirizadas que prestam o
serviço para governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Bullrun
As reportagens publicadas ontem se baseiam em documentos repassados
por Edward Snowden, o ex-analista contratado pela NSA que permanece
refugiado na Rússia, sem comentar publicamente o assunto. Segundo tais
documentos, existe um programa chamado Bullrun com o simples desejo de
convencer as empresas de tecnologia a instalarem
backdoors nos
produtos de segurança para permitir o acesso posterior aos dados. O
mesmo Bullrun seria responsável por pressionar para que as chaves para
abrir a criptografia fossem entregues à comunidade de inteligência dos
Estados Unidos.
Especialistas disseram que, enquanto a NSA procedia com as invasões a
força para quebrar criptografia, também abria as portas para pessoas
maliciosas que poderão utilizar essas possibilidade para tornar a
internet menos segura. O principal nome da União Americana de Liberdades
Civis para assuntos envolvendo tecnologia, Christopher Soghoian, disse à
Wired
que estamos mais expostos a ataques de hacker criminosos, espionagem
estrangeira, e vigilância sem embasamento em leis. Ele afirmou também
que as táticas da NSA vão diminuir não apenas a reputação dos Estados
Unidos “como um campeão de liberdades civis e privacidade”, como também a
competitividade de suas maiores empresas.
Key Provisioning Service
O nome complicado acima indica uma base de dados interna mantida
pelos agentes para acessar as chaves de criptografia para produtos
comerciais específicos (?) que permitem decodificar as comunicações
automaticamente. De acordo com a
Wired, eles podem enviar uma
solicitação ao Serviço de Recuperação de Chaves (Key Recovery
Service) para que seja incluída uma chave que ainda não esteja no banco
de dados.
Google, Microsoft e Facebook
Pelo menos três colossos do mundo da tecnologia vieram a público
dizer que aguardam uma autorização especial para revelar outros detalhes
de como funciona o acesso a seus sistemas. A Microsoft, em especial,
fez uma cobrança na semana passada, por meio do departamento de relações
institucionais, afirmando que os limites impostos sobre aquilo que eles
podem dizer no momento são muito amplos, deixando dúvidas nos
internautas.
O provedor de email Lavabit, que era utilizado por Snowden para o envio de mensagens com criptografia,
fechou as portas
no mês passado, após uma possível ameaça dos governo estadunidense. O
proprietário do serviço disse que não tem autorização legal para
comentar os detalhes específicos do encerramento do serviço.
Nesta sexta, o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho,
disse categoricamente que a empresa não participa da espionagem: ”O Google não participa disso. Nosso ativo principal é a confiança.”
Enquanto isso, no Brasil
A imprensa nacional trouxe mais informações sobre a ira da presidente Dilma Rousseff ao descobrir que as próprias comunicações
passavam pelas bisbilhotices
de agentes internacionais. Dilma viajou à Rússia para o encontro das 20
maiores economias do mundo (G20). Na última quinta-feira, o presidente
em exercício Michel Temer disse que Barack Obama se encontraria com ela
para explicar melhor os procedimentos adotados pela NSA para o
monitoramento das informações de governos e diplomacias de outros
países.
Nesta sexta, a presidente disse em uma coletiva na Rússia que o
presidente Barack Obama prestará esclarecimentos a respeito da
espionagem até a próxima quarta-feira (11/set).