O Tribunal de Justiça de Minas Gerais proibiu a publicação do aplicativo Tubby em todo o Brasil. A decisão liminar foi proferida na tarde desta quarta-feira, depois que grupos de defesa dos direitos das mulheres entraram com o pedido de proibição baseando-se na Lei Maria da Penha. O juiz responsável pela decisão, Rinaldo Kennedy Silva, explicou nos autos que a tese exposta – de que o aplicativo promove a violência contra a mulher – possui “plausibilidade jurídica”.
A notícia chega no mesmo dia em que o aplicativo, uma espécie de resposta ao Lulu, deveria chegar às lojas de apps. Entretanto, os criadores dele adiaram o lançamento para a próxima sexta-feira.
Já diz o velho ditado: decisão judicial não se discute, mas se respeita. Os criadores do aplicativo terão que ir à Justiça para ter garantido o direito de lançá-lo.
A proibição da 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte – especializada em proteger os direitos da mulher – é bem abrangente. Ela vale para os rapazes que inventaram o Tubby e também para o Facebook, o Google e a Apple. Na prática, quer dizer que o Facebook não poderá permitir o uso do login dos usuários para acessar o aplicativo e as demais empresas não poderão disponibilizá-lo na Play Store e na App Store.
Pois é, a situação complicou de vez.
O juiz ainda reconheceu nos autos o receio de que possíveis danos para as mulheres seriam difíceis de reparar depois:
“Há também fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, uma vez que depois de ofendida a honra de uma mulher por intermédio do mencionado aplicativo, não haverá como repará-la.”Nós ainda não sabemos como os criadores do Tubby pretendem reagir. Pelo menos um bom argumento eles poderiam usar logo de cara: a liberdade de expressão. Veja bem, não estou me posicionando a favor nem contra o app, mas é fato que a proibição do uso do serviço antes mesmo de ele ir ao ar poderia tranquilamente entrar na discussão sobre censura. Deixemos para os advogados e a Justiça discutirem o caso.
Corrida contra o tempo
Logo que apareceu a notícia de que o Tubby seria lançado, as mulheres correram ao site oficial para pedir a remoção de seus nomes da listagem de moças do aplicativo. Dessa forma, os usuários ficariam impossibilitados de atribuir notas e etiquetas para o desempenho sexual das moças. Para tanto, elas precisavam primeiro autorizar o acesso do aplicativo às informações no Facebook. Até agora persiste a dúvida se o Tubby poderia usar os dados dessas moças para outros fins diferentes daqueles divulgados pelo aplicativo.Lulu no Ministério Público
O Tubby é uma “resposta masculina”, praticamente uma vingança dos homens, ao aplicativo Lulu. Basicamente, ele permite às mulheres também atribuir notas para os amigos do sexo masculino no Facebook. O app causou polêmica porque muitas pessoas se sentiram invadidas em sua privacidade, com informações particulares divulgadas por meio da maior rede social da atualidade.O Ministério Público até abriu um inquérito para investigar possíveis violações à honra e à privacidade no Lulu. De certa forma, o Tubby tem o mesmo propósito, então não duvide se o MP decidir investigar também a versão masculina da coisa.
Copiado de: http://tecnoblog.net/146555/justica-proibe-tubby/
Nenhum comentário:
Postar um comentário