sábado, 26 de julho de 2014

Dilma bolada sumiu da internet pra trabalhar na campanha da Dilma

No início da semana, Jeferson Monteiro, responsável pelo personagem virtual “Dilma Bolada”, retirou do ar todos os canais que mantinha ligados à aparente brincadeira com a presidente do país. Em rápidas palavras, disse que não atenderia à imprensa, mas se permitiu uma única entrevista ao site O Dia, onde comentou que as razões da saída repentina decorriam das responsabilidades que o momento eleitoral exigia:
Estamos entrando num período muito conturbado, que é o eleitoral. Então, por ora, vou deixar as páginas quietinhas e avaliar se vão continuar ou não. É uma exposição muito grande e por isso tem que ser pensado. Apesar de eu gostar da Dilma e ter votado nela, tem um apelo muito grande. São mais de 2 milhões de pessoas seguindo.
Contudo, mais detalhes vieram à tona em apuração da Folha de São Paulo. Segundo o jornal, a campanha de Dilma Rousseff procurou o jovem publicitário para “resolver uma pendência financeira”:
Segundo a Folha apurou com integrantes do comitê presidencial, havia um projeto na pré-campanha de contratar Monteiro para as eleições, mas o acordo não foi fechado.
Nesta quinta, o autor do perfil recebeu uma ”sinalização” de auxiliares da presidente de que ele será procurado para resolver as questões financeiras.
Mesmo com o acordo praticamente às claras, Jeferson Monteiro insiste que jamais recebeu dinheiro pela Dilma Bolada e mantinha o personagem na ativa apenas por afinidade com a presidente Dilma Rousseff. Verdade ou não, essa realidade deve mudar em breve. Contudo, já não dá mais para levar a sério o que diz o criador do personagem. Seu discurso é contraditório e chega a ofender a inteligência e/ou memória de quem acompanha a sua trajetória. Ainda em entrevista a O Dia, teria dito:
O que eu já fiz algumas vezes é alfinetar algumas coisas, mas nunca houve baixaria, nem mesmo com a oposição. Eu jamais inventaria calúnia.
Para azar dele, há muito do seu trabalho documentado na web. No momento mais baixo, insinuou que um dos candidatos de oposição consumia drogas ilícitas e chegou a fazer ameaças públicas sobre informações privilegiadas que possuiria. Em outro momento, distorceu informações sobre opositores de Dilma e chegou a denunciar uma suposta tentativa de contratação de seus serviços por parte do PSDB, denúncia essa que só veio à tona depois de a imprensa descobrir o que ele estava tramando.
Após o conturbado ano de 2013, tudo que o brasileiro esperava para 2014 era uma campanha política séria, que permitisse debates construtivos para o futuro do país. No momento em que o comitê de campanha da presidente se dobra à chantagens de um humorista que se vale de calúnias e desinformação para desenvolver um trabalho para lá de questionável, percebe-se que ao menos um dos lados está bem desalinhado com as “vozes das ruas” que busca representar. Resta ao eleitor julgar se seria este um canal válido para dialogar com a presidência.



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